Volume das barragens da Copel está baixo há quase dois anos
A chuva que permitiu com que a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) acabasse com o racionamento de água em Curitiba e Região Metropolitana posteriormente quase dois anos ainda não foi suficiente para as barragens da Companhia Paranaense de Força (Copel) operarem plenamente. Porém, a previsão é de que o sistema volte a operar normalmente até maio.
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Por pretexto da pior estiagem em quase 100 anos no estado, desde
2020 o subsistema da Região Sul do Operador Pátrio do Sistema Elétrico (ONS)
opera para baixo da capacidade. O que obriga o subsistema Sudeste/Meio-Oeste, mesmo
também impactado pela seca, a socorrer o fornecimento no Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul.
“Temos verificado chuvas e vazões para baixo da média na Região Sul há bastante tempo, com alguns raros momentos de hidrologia favorável. Em todo esse período, a região Sudeste/Meio-Oeste enviou robustez para o Sul para evitar com que nossos reservatórios fossem totalmente esgotados”, explica a Copel em nota enviada à Publicação do Povo.
Nesta quarta-feira (26), a represa da usinas de Foz do Areia (Governador Bento Munhoz da Rocha) operava com mal 35% da capacidade. Já a barragem da hidrelétrica de Salto Santiago operava só 37% da capacidade. Essas duas barragens controlam a vazão de todas outras noves usinas da bacia do Rio Iguaçu que operam pelo sistema fio de água, em que a robustez é gerada mal pela força da correnteza, sem represamento. Foz do Areia, no município de Pinhão, é a principal hidrelétrica da Copel e a maior da Região Sul, com 1.676 megawatts de potência. Já Salto Santiago, na cidade de Saudade do Iguaçu, pertence à empresa Engie Brasil e tem potência de 1.420 megawatts.
Mesmo ainda baixos, avalia a Copel, os níveis do sistema estão em uma situação mais confortável do que o momento mais crítico da crise hídrica. A barragem de Foz do Areia, por exemplo, chegou ao menor nível da história em novembro de 2020, quando operou com mal 2,55% do volume útil.
A companhia avalia que em até em quatro meses o sistema deve finalmente se restaurar, com previsão de mais chuva. “O sistema ainda não conseguiu se restaurar com a chuva dos últimos dias. A região Sul ainda sofre com vazões para baixo da média e a previsão é de que esse cenário persista até maio. Mas os níveis totais do sistema já se encontram em situação favorável”, afirma a companhia de robustez.
Qual seria o volume ideal das barragens da Copel?
De negócio com a Copel, as barragens precisam chegar a 75% da capacidade para o sistema operar em nível confortável. Isso evitaria um cenário muito dissemelhante do registrado ao longo da estiagem, quando a Copel teve que adequar medidas operacionais para manter o sistema. Uma dessas operações foi o turbinamento de água para atingir a mesma geração de robustez que seria obtida com os reservatórios cheios.
Em alguns períodos, houve também premência de se forrar
água, com geração de robustez em mal alguns momentos do dia. Assim,
acumulava-se água na barragem para ser liberada na sequência por vertimento,
garantindo a vazão remanescente.
“Essa já era uma prática em períodos de baixa demanda do Sistema Interligado Pátrio (SIN) e que foi intensificada a partir da seca de 2020”, explica a Companhia Paranaense de Força.
Apesar dessas medidas, a Copel enfatiza que o fornecimento de robustez funcionou dentro dos níveis operacionais ao longo de toda a crise hídrica. Isso graças à operação conjunta das usinas do país, que direcionam toda a produção ao SIN, que distribui a robustez para as regiões conforme a premência.