Quem são os candidatos a Prefeito do Rio de Janeiro em 2020?
A eleição para prefeito em 2020 na cidade do Rio de Janeiro terá um total de 14 candidatos, o maior número em 20 anos. Apenas na eleição de 2000, quando Cesar Maia saiu vitorioso, houve tantos concorrentes, 14. Como em 2000, Benedita da Silva (PT) e Cyro Garcia (PSTU) também estarão na disputa em 2020. E a única vez que houve mais de 14 foi em 1985, na primeira eleição livre do Rio de Janeiro, cujo número chegou a 19.
Dos 14 candidatos, 4 já concorreram mais de uma vez: Benedita, Marcelo Crivella (Republicanos), Cyro Garcia (PSTU) e Eduardo Paes (DEM). Enquanto Clarissa Garotinho (PROS) foi a vice em 2012, com Rodrigo Maia (DEM) encabeçando a chapa, e Martha Rocha foi vice de Jorge Bittar (PT), nas eleições de 2004, na época ela era filiada ao PSB.
Veja quem são os candidatos a vereador do Rio de Janeiro em 2020.
Vamos aos candidatos à Prefeitura este ano:
Benedita da Silva (PT)
A Bené, como é chamada, se candidata pela 3ª vez à Prefeitura do Rio. Em 1990 ela foi para o 2º turno com Cesar Maia, na época no PMDB. Em 2000, fica em 3º lugar, com uma diferença de menos de 14 mil votos, em uma eleição que tinha Leonel Brizola (PDT) como concorrente.
Nas pesquisas até o momento, Benedita aparece em 3º, empatada com Martha Rocha. Mas em outra chega a estar empatada tecnicamente em 2º com Crivella. Contudo, sua candidatura pode ter um teto, a rejeição ao PT ainda é muito grande, afinal, o Rio de Janeiro é o grande berço do Bolsonarismo. Talvez um 2º turno entre Bené e Crivella seja uma das poucas situações que o atual prefeito tenha alguma chance de vitória.
E ela tem como vice a Enfermeira Rejane (PCdoB), o que não exatamente agrega voto. Afinal, são duas mulheres negras e de esquerda. E elas ainda dividem voto com o PSol de Renata Souza.
Clarissa (Pros)
A deputada federal Clarissa Garotinho (Pros) vem cheia de gás para ser candidata a prefeita do Rio de Janeiro. Apesar de não ser estreante em eleições majoritárias, ela foi vice de Rodrigo Maia (DEM) em 2012, no que foi, talvez, a chapa mais excêntrica de uma eleição carioca.
Em uma chapa puro sangue, Clarissa vai ter de lutar contra o pouco tempo de Tv, e a rejeição ao seu sobrenome. Afinal, filha de Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho, ela estaria virtualmente eleita se tentasse em Campos, ou alguma cidade do interior, ou mesmo da Baixada, mas tentar na capital, exatamente onde sua família tem menos força, é um sinal de coragem.
Em 2016 seu grupo político indicou o vice de Crivella, Fernando Mac Dowell, que faleceu em 2018. Ela ainda ficou 1 ano como secretária municipal de Desenvolvimento do Rio, mas deixou o governo – sem boas relações com o Bispo.
Cyro Garcia (PSTU)
O bancário Cyro Garcia (PSTU) é veterano das eleições. É a 5ª vez que tenta chegar à Prefeitura do Rio de Janeiro, além de ter sido candidato ao Senado e ao governo do Estado. Sempre figurando entre os últimos lugares.
Chegou a ser deputado federal por 10 meses, quando era suplente de Jamil Haddad, que deixou o cargo para ser ministro da Saúde do governo Itamar Franco.
Sua vice será a professora de história Elisa Guimarães, também filiada ao PSTU.
Não tem a mínima chance.
Eduardo Bandeira de Mello (Rede)
Até os 45 minutos do 2º tempo estava certo que o ex-dirigente do Flamengo, Bandeira de Mello (Rede) seria o vice da candidata do PDT, Martha Rocha, tudo parte de uma grande aliança nacional, entre PDT, Rede e o PSB. Mas ele surpreendeu, abandonou a chapa e decidiu correr sozinho em 2020.
E vai ter uma vida difícil, muito difícil. Além de participar de uma das eleições mais disputadas da história recente da cidade, seu partido tem apenas 1 deputado federal. Logo, as emissoras de Tv não são obrigadas a chamá-lo para debates, nem dar tempo igualitário nas entrevistas.
Na última eleição para deputado federal, Bandeira teve, na capital, apenas 20.821 votos, ou seja, 0.7% dos votos. Isso não foi suficiente para elege-lo em 2018, e não parece que ele conseguirá multiplicar estes votos a ponto de ter uma candidatura competitiva em 2020.
É o candidato a prefeito mais rico do Rio de Janeiro, com R$ 6.159.557,34. Conheça o patrimônio de todos os candidatos a prefeito do Rio.
Sua vice é a ex-vereadora Andréa Gouvêa Vieira, que já foi do PSDB e agora está na REDE, formando uma chapa puro-sangue.
Eduardo Paes (DEM)
Eduardo Paes (DEM) é candidato da coligação A Certeza de um Rio Melhor, que além de seu partido congrega o PL, legenda de seu vice, Nilton Caldeira, Avante, PV, PSDB, Cidadania e o Democracia Cristã. Tal sopa de letrinhas pode fazer com que seja o prefeitável com maior tempo de Tv em 2020.
Favorito, até o momento, Paes foi prefeito do Rio de Janeiro por 2 vezes e tentou ser governador 2 vezes também. Na 1ª, em 2006, pelo PSDB, quando teve 5,33% das intenções de votos e ficou em 5º lugar. No 2º turno surpreendeu a todos e apoiou Sergio Cabral, traindo o partido do qual era secretário geral nacional, que apoiou Denise Frossard. Em 2008, Paes vai para o PMDB onde se candidata a prefeito, vencendo um 2º turno apertado contra Fernando Gabeira (PV), e vencendo no 1º turno em 2012. Em 2016 apoia, pelo PMDB, seu amigo de longa data, Pedro Paulo, que fica em 3º lugar e não consegue ir para o 2º turno. E em 2018, favorito como candidato ao governo, perde para Wilson Witzel (PSC).
Apesar de favorito, Paes pode ter muito trabalho se o 2º turno não for contra Crivella. Por mais que se cante “Que Saudades do Meu Ex“, assim como em 2018, 2020 mostra que favoritismo não ganha eleição.
Fred Luz (Novo)
Ex-ceo do Flamengo, sócio da holding Inbrands, que reúne marcas como Richards, Salinas, Ellus e VR, Fred Luz é o típico candidato do Novo. Inexperiente na política, mas com ampla experiência no mercado privado.
O partido que deve crescer na Câmara dos Vereadores, apesar da traição de seu 1º eleito na cidade do Rio, Leandro Lyra, que saiu do Novo e foi para o Republicanos. Mas esse crescimento não deve refletir na majoritária, e Luz pode ter muita dificuldade para decolar.
Sua vice será a bióloga Giselle Gomes, também do Novo.
Glória Heloíza (PSC)
A ex-juíza Glória Heloíza (PSC) pensou que fosse seguir os passos de seu padrinho político, o governador afastado Wilson Witzel (PSC), que também abandonou a toga para mirar no Poder Executivo. Mas nesse meio tempo, Witzel derreteu, foi afastado pelo TJ, pode ser preso por denúncias de corrupção e tem uma popularidade menor que a de Crivella.
Ainda assim, Heloíza insiste em sua candidatura. No entanto, ela terá uma dificuldade enorme de decolar. Apesar de ter qualidades óbvias e mostrar que parece conhecer a cidade.
Henrique Simonard (PCO)
23 anos, estudante, do PCO. Não tem chances. E, como é da Causa Operária sem ser operário?
Luiz Lima (PSL)
O ex-nadador e deputado federal Luiz Lima (PSL) pode ser a grande surpresa das eleições 2020 no Rio de Janeiro. Bolsonarista, mas menos radical que muitos de seus pares, tem alguma experiência política: já que foi secretário de esportes de alto rendimento, quando Leonardo Picciani era ministro dos Esportes, e Michel Temer, presidente da República.
O partido também conseguiu o apoio do PSD, que indicou o delegado Fernando Veloso, que foi comentarista policial da Globo e deve agregar alguns votos. Além de juntar 2 grandes tempos de Tv.
Sua candidatura vem com muitas chances de ir para o 2º turno, e dependendo do adversário, ser bem competitiva.
Marcelo Crivella (Republicanos)
Marcelo Crivella (Republicanos) é um dos favoritos a ir para o 2º turno em 2020, isso apesar de ser considerado um dos piores prefeitos da história do Rio de Janeiro, ao menos desde a fusão da Guanabara com o Estado do Rio de Janeiro.
Em um governo cercado por polêmicas, do caso da Márcia, uso de espaço público para campanha de deputado federal, fato que o levou a sua inelegibilidade por unanimidade no TRE, Guardiões do Crivella e o QG da Propina. Tudo isso levou a que aquele que poderia ser seu maior aliado, Jair Bolsonaro (Sem Partido) se afastasse de Crivella, apesar de seus filhos Flávio e Carlos serem do Republicanos. O bolsonarismo caminha para Luiz Lima.
Crivella pode desidratar durante a eleição, não seria de espantar que terminasse em 4º lugar, ou abaixo. Mas escolheu uma boa vice, a tenente-coronel do Exército do Brasil, Andréa Firmo, ex-professora municipal e 1ª mulher do Exército Brasileiro a comandar uma base militar em missão da ONU.
Martha Rocha (PDT)
A Delegada Martha Rocha (PDT) foi uma verdadeira surpresa na pré-campanha, apesar de relativamente desconhecida, conseguiu nas últimas pesquisas ficar empatada tecnicamente em 2º lugar com o atual prefeito, Marcelo Crivella.
Nascida e criada na Penha, a deputada estadual por duas vezes, Martha já ocupou os principais cargos na Polícia Civil do Rio de Janeiro, chegando a Chefe da instituição no governo Sérgio Cabral – fato que será aproveitado por seus adversários.
Apesar de hoje estar no PDT, por onde foi eleita em 2018, e quando foi vice de Jorge Bittar (PT) em 2004, era do PSB, partido pelo qual foi candidata a deputada estadual por duas vezes, em 2002 e 2006. Em 2014 vai para o PSD, onde se elege pela primeira vez.
Ela pode ser a surpresa da esquerda em 2020, junta o Brizolismo, ainda enraizado nos cariocas, o Cirismo dos mais modernos, e o papel linha dura representada pelo fato de ser delegada. Agrada da esquerda à direita.
Ainda escolheu bem o vice, Anderson Quack (PSB), que representa a esquerda identitária em sua chapa. Gay, negro, artista e um dos fundadores da Central Única das Favelas – CUFA.
Paulo Messina (MDB)
Professor de matemática, ex-Chefe da Casa Civil de Marcelo Crivella (Republicanos) e atualmente seu forte opositor, o vereador Paulo Messina decidiu ser candidato a prefeito do Rio pelo queimado MDB. Está em seu 3º mandato como vereador, da 1ª vez foi eleito pelo PV, mas passou pelo Solidariedade, PROS, Republicanos, PRTB, PSDB e finalmente MDB.
Desconhecido por maior parte da população, Messina vai ter grande dificuldade em deslanchar a candidatura. Afinal, seu espectro político disputa votos com Fred Luz, Eduardo Paes, Luiz Lima e mesmo Crivella. Vai ter de suar muito para se mostrar competitivo.
Sua vice é a psicóloga Sheila Barbosa.
Renata Souza (PSol)
Recém-eleita deputada estadual, Renata Souza (PSol) vem candidata no lugar do deputado federal Marcelo Freixo (PSol), que não conseguiu a sonhada unidade da esquerda no Rio de Janeiro.
Renata terá que, no processo eleitoral, se colar na imagem de Freixo, o que pode fazer com que suba alguns importantes pontos percentuais, e ainda precisa se mostrar uma candidata competitiva da esquerda, que já tem nomes mais consolidados como de Benedita (PT) e da delegada Martha Rocha (PDT).
O PSol tem como vice um Coronel reformado da PM, Ibis Pereira
Suêd (PMB)
Suêd é uma das fundadoras do Partido da Mulher Brasileira, mas não tem a mínima chance de ser eleita. Talvez o maior destaque de sua candidatura é que sua vice, Jessica Natalino, é sobrinha de Jerominho, que passou quase 11 anos preso acusado de ter fundado a maior milícia do Rio de Janeiro.