Projeto em Curitiba ensina tecnologia para mulheres na pandemia

Projeto em Curitiba ensina tecnologia para mulheres na pandemia

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A artesã e empreendedora Gislaine Chaves, de 39 anos, sequer imaginaria meses atrás que a pandemia a pudesse fazer crescer e aprender tanto. Mãe de uma adolescente de 14 e de um menino de 9 anos, Gislaine encontrou uma nova terapia na bricolagem. Desde então, seu hobby vem se transformando em trabalho sério. A confecção de quadros decorativos a estimulou a aprender coisas novas, fazer um curso on-line e dominar ferramentas para impulsionar através das mídias sociais seu novo negócio.

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Foi então que meses atrás, em junho, ela conheceu o Tech Girls. O projeto foi desenvolvido pela educadora Gisele Lassere, especialista em marketing digital, com o objetivo de ajudar mulheres autônomas a donas de casa a aprender como empreender pela internet. Desenvolvido em 2017, as aulas de tecnologia ajudaram cerca de 300 mulheres.

Gislaine, antes de conhecer o projeto, imaginou que não teria condições de colocar seus produtos à venda nas redes sociais. “Eu e meu marido começamos a reformar a casa. Foi a partir daí que a gente começou a fazer marcenaria criativa. Eu fiz uma penteadeira para mim e para a minha filha, um cantinho do café e quadrinhos para decorar esse cantinho. As pessoas diziam: ‘por que você não vende?’. Eu não tinha coragem”, revela a artesã.

Foi quando ela pintou e enquadrou um leão colorido, feito com hidrocor, que as primeiras encomendas apareceram. “O povo ficou doido, queriam encomenda. E era tudo na base do boca a boca. Aí foi que resolvi fazer o curso, que me deu coragem de colocar minhas peças na internet. Montei logo, página no Face”, relembra ela.

Os quadros e todas as peças de bricolagem têm sido uma verdadeira terapia para Gislaine. Há mais ou menos dois anos, a artesã recebeu o diagnóstico de câncer no útero. Logo depois vieram as sessões de quimioterapia. No meio do tratamento, ela teve também que lidar com a morte do pai. “O pior de todo esse período foi quando fiquei com depressão. Como eu tive um forte desgaste físico, perdi parte da minha memória. Como se tivesse deletado”, conta.

A falha na memória fez com que Gislaine pensasse que já não seria capaz de aprender nada novo. “Eu achava que não era capaz de fazer um curso. Esse foi o primeiro que fiz à distância. Estou orgulhosa de mim mesma. Pensei que não fosse mais capaz de aprender. Mas a pandemia me ajudou. Com esse tempo, eu descobri que sou muito mais capaz de fazer determinadas coisas que eu nem imaginava. Depois do curso, me matriculei em outros, tirei a carta (carteira de habilitação)”, diz, cheia de orgulho. Depois do curso, Gislaine ganhou do projeto um laptop para continuar aprendendo e se desenvolvendo. O equipamento foi doação da campanha de arrecadação de laptops encostados do próprio projeto.

Curso de tecnologia e auto-estima

Quando a educadora digital Gisele Lassere teve a proposta de criar a Tech Girls, ela imaginou que iria avançar mais nos aspectos técnicos com suas alunas, mas foi muito mais além. “As meninas estão numa fase inicial da tecnologia. Buscam ajuda para mexer com o auxílio emergencial, como mexer com o e-mail. Eu vi que precisava dar atenção para essas mulheres empreendedoras, que a principal dificuldade era da auto-estima. Muitas chegam pra mim: ‘ahh, eu não sei nada, não sei por onde começar, nunca fiz curso on-line e não sei se vou conseguir fazer’”, conta a idealizadora do projeto.

Ao conhecer as principais dificuldades de suas alunas, Gisele resolveu disponibilizar o curso, que é gratuito, de forma on-line. Assim, quem quiser, poderia assistir com calma no próprio tempo. “É algo acessível e simples, que todo mundo consegue fazer”, revela.

No fim do módulo, que tem aproximadamente nove horas de duração, com provas e atividades, as alunas recebem um certificado e podem conquistar um laptop. Os equipamentos recidos pelo projeto são conquistas de doações. Os computadores passam por uma revisão e triagem, para que cheguem em bom estado nas mãos das alunas.

Em três anos ensinando mulheres a entender melhor de tecnologia, Gisele percebeu durante este tempo que seu curso revelou o talento de muitas alunas. “Quando eu comecei, eu não tinha ideia de que poderia chegar tão longe. A gente entrega conhecimento, mas se supera ao receber o feedback das meninas. Elas dão show de como recomeçar. Mulheres que são empreendedoras desde sempre, que lidam com o orçamento da casa, com os custos da família. Se viram para pagar as contas”, comemora.

Como fazer o curso

O ensino de tecnologia desenvolvido pelo grupo está disponível gratuitamente no site www.techgirls.com.br. As alunas de melhor desempenho na plataforma EAD – Ensino à Distância, após a conclusão do curso, poderão receber um laptop de origem da campanha de arrecadação de laptops encostados do próprio projeto.

Doações

O projeto arrecada não só laptop e notebook, mas também smartphones, amplificador de sinal de internet, projetor de slide (multimídia), TVs, e outras peças como mouse, teclado, etc. Para doar, é preciso entrar em contato com o grupo através do site www.techgirls.com.br.

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Fonte: Post Completo

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