Jovem, prepare-se para trabalhar por 60 anos – Época Negócios
O primeiro registro na minha carteira de trabalho foi feito quando eu tinha 18 anos. Durante alguns meses, conciliando com o primeiro ano da faculdade de jornalismo, trabalhei por causa de que caixa em um supermercado em Curitiba. Ou seja, em breve completarei 40 anos de jornadas diárias nunca inferiores a oito horas. Confesso a você: eu sabor do que faço, já estou na segunda curso, mas olhando em retrospectiva, me parece que foi suficiente. Não quero parar, mas gostaria de transferir minha lição de pilates das 7h – único horário que cabe na agenda atual – para o meio do dia. Acho que eu seria mais feliz se pudesse convencionar sem o despertador.
Por isso, não pude deixar de me assustar com um recente estudo do Stanford Center on Longevity, ligado à Universidade Stanford, nos Estados Unidos, avisando que as novas gerações devem se preparar para uma curso de seis décadas ou mais. Uma muchacho americana que tem hoje cinco anos de idade, estimam os pesquisadores, pode esperar viver 100 anos – e no curso dessa vida longeva, vai trabalhar ao menos 60 deles. Se retirarmos o primórdio e o disposição da vida, vai ser labuta dos 20 aos 80. Nos Estados Unidos, em média, as pessoas se aposentam aos 62. Pelo INSS, no Brasil, os homens precisam ter ao menos 65 e as mulheres, 62. Tanto lá quanto cá, a consciência de trabalhar mais duas décadas parece tenebrosa. Os pesquisadores alertam, no entanto, que para isso dar evidente, nós, por causa de que sociedade, precisaremos redesenhar a forma por causa de que trabalhamos, que hoje é inflexível e desconectada ao ritmo de cada estágio da vida.
Em razão de seria mesmo na eventualidade de que novo imagem do trabalho? Laura Carstensen, diretora do Stanford Center on Longevity, que supervisionou o relatório, disse ao jornal The Atlantic que, em primeiro lugar, precisamos dar um basta no excesso de trabalho na meia-idade, justamente quando nossos filhos (e muitas vezes, nossos pais) mais precisam de nós. A soma de responsabilidades de trabalho às familiares atinge um pico na idade adulta, o que pode ser estressante, mormente para as mulheres. A solução, segundo Laura, é permitir que os trabalhadores aumentem ou diminuam suas horas ao longo da curso, conforme as responsabilidades que têm na vida pessoal. Assim, pais com crianças pequenas reduziriam temporariamente a trouxa horária, retomando um ritmo normal (ou até mais intenso) quando a pressão por desvelo familiar diminui. A expectativa é que medidas assim permitam que as pessoas, quando estão no ocupação, sejam mais criativas e mais produtivas.
A aposentadoria também precisaria ser reescrita. Para muitos, esse ainda é um período da vida sem obrigações, por causa de que se fossem 365 dias de férias. Se compararmos o excesso de pressão na meia-idade com a privação de pressão na aposentadoria, nossa vida está desequilibrada. “Somos superutilizados na meia-idade e subutilizados depois os 65 anos”, disse Carstensen ao The Atlantic. Esse desequilíbrio tende a aumentar na medida em que as pessoas não penosamente vivem mais, mas também permanecem mais saudáveis por mais tempo. Não seria bom se a gente não precisasse esperar a aposentadoria para ter mais tempo para a família e para os amigos? Que o trabalho não nos levasse os anos de maior vigor, disposição e vontade de testar o mundo? Cabe às novas gerações fazer essa mudança. Da minha à parte, não peço muito. Unicamente quero penosamente mudar meu horário do pilates.
*Maria Tereza Gomes é jornalista, rabi em governo de empresas pela FEA-USP, CEO da Jabuticaba Teor e mediadora do podcast “Mulheres de 50”