Concentração da Covid-19 aumenta nos esgotos de Curitiba e mais três capitais, diz estudo
Um novo aumento nos casos de covid-19 entre a população também se reflete nas redes de esgoto das cidades. A Filial Vernáculo de Águas (ANA) tem monitorado e escoltado as cargas virais e concentrações do vírus no esgoto de seis capitais: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Dessas, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Fortaleza apresentaram aumento da presença do vírus.
Em Belo Horizonte, a primeira quinzena de maio mostrou um potente aumento das cargas virais no esgoto que chega às estações de tratamento de esgotos Arrudas e Onça. Nesse período a fardo viral saltou de 30,7 bilhões para 71,3 bilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 milénio habitantes. Entre 15 e 20 de maio, a fardo do novo coronavírus recuou para 49,1 bilhões de cópias por dia para cada 10 milénio habitantes, um patamar ainda considerado proeminente.
Esse monitoramento teve início em abril de 2020. Desde nesse momento, a maior fardo já registrada na capital mineira foi na terceira semana de janeiro. Foram 662,1 bilhões de cópias do novo coronavírus por dia para cada 10 milénio habitantes.
Junto com Belo Horizonte, o aumento da fardo viral em Curitiba foi considerado significativo pela ANA. O mês de maio apresentou “um aumento significativo e progressivo” da fardo viral nos esgotos da capital paranaense, de contrato com a dependência. O número passou de 176,4 bilhões para 880,2 bilhões de cópias do novo coronavírus por dia para cada 10 milénio habitantes.
Esta é a segunda maior fardo já registrada na capital paranaense desde o início do monitoramento, em março de 2021. Os números de maio só foram superados pelas 1,14 trilhão de cópias, registradas em janeiro deste ano.
O aumento do vírus nos esgotos de Brasília chegou a 311,3 bilhões de cópias do novo coronavírus por dia para cada 10 milénio habitantes na última semana de maio. Na primeira semana do mesmo mês, a fardo era de 21,8 bilhões de cópias. Houve um aumento de 14 vezes na fardo viral em um pausa de quatro semanas.
Em Fortaleza, o mês de maio começou com uma fardo viral nos esgotos de 5,3 bilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 milénio habitantes. A última semana do mês teve um registro de 8,9 bilhões de cópias do vírus. Houve, no entanto, uma oscilação dentro do mês. A terceira semana apresentou a maior taxa viral, de 14,8 bilhões.
Tanto em Recife quanto no Rio de Janeiro as cargas virais tiveram pouca variação e permaneceram em patamares baixos no mês de maio. Na capital fluminense, a maior fardo viral detectada foi de 1,4 bilhão de cópias do vírus por dia para cada 10 milénio habitantes. Já em Recife, não houve registros da presença do vírus nos esgotos durante a primeira metade de maio nem na última semana do mês. Só na terceira semana houve registro, de 0,2 bilhão de cópias.
Monitoramento dos esgotos
A ANA considera importante esse monitoramento para o auxílio às autoridades locais de saúde na tomada de decisões relacionadas à manutenção ou flexibilização das medidas de controle para a disseminação da covid-19. Aliás, avalia a dependência, esses dados também podem fornecer alertas precoces dos riscos de aumento de incidência do vírus de forma regionalizada.
“Com os estudos, o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus no esgoto das diferentes regiões monitoradas, o que pode ajudar a entender a dinâmica de circulação do vírus. Outra linha de atuação é o mapeamento do esgoto para identificar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos dado que, posto que uma utensílio de alerta precoce para novos surtos, por exemplo”, afirmou a ANA.