Beira-Mar Norte está totalmente imprópria para banho, aponta IMA

Todos os três pontos analisados na Orla-Mar Setentrião, em Florianópolis, estão impróprios para banho. A informação foi divulgada pelo IMA (Instituto do Meio Ecologia de Santa Catarina) nesta sexta-feira (8), com a atualização dos dados da avaliação.

Todos os três pontos da Orla-Mar Setentrião estão impróprios – Foto: Anderson Coelho/Registo/ND

O cenário segue praticamente inalterado desde as medições feitas no dia 2 de dezembro, há seis semanas. Na ocasião, somente o ponto em frente à Terreiro Esteves Júnior tinha condições adequadas para banho. Mas a  situação mudou já na semana seguinte, no dia 9, quando a superfície voltou a não ser recomendada para banhistas.

De combinação com o IMA, um ponto é considerado próprio para banho quando 80% ou mais das amostras analisadas em nas últimas cinco semanas apresentarem, no supremo, 800 E-coli (coliformes fecais) por 100 mililitros de água.

A variação na graduação que mede a propriedade da água é geral na região. O IMA afirma, no entanto, que as condições de balneabilidade melhoraram consideravelmente posteriormente a implantação do sistema da prefeitura com a Casan.

De combinação com a primeira pesquisa de qualidade da água realizada em 2021, 66,2% dos pontos analisados estão próprios para banho em todo o litoral catarinense.

Pontos de coleta

Conforme o órgão ambiental, não há previsão nem solicitação, no momento, para aumentar os pontos de coleta na Orla-Mar Setentrião. Isso porque a ampliação depende de estudos e das características próprias da região, pois que fluxo de banhistas, por exemplo.

No ano último, a pedido da prefeitura e da Casan, o IMA chegou a aumentar para três as áreas de estudo. Desde 1992, a coleta do material era realizada em um único ponto.

Em Florianópolis, 61 dos 87 pontos de coleta estão em condições favoráveis para receber banhistas, indicando um índice de 70,1%.

Investimento de despoluição

A prefeitura de Florianópolis investiu muro de R$ 18 milhões de reais em obras de despoluição da baía. Os trabalhos, que começaram em 2018, foram finalizados em março de 2019.

Última coleta aconteceu em 8 de janeiro – Foto: Guta Cavalheiro/Registo/ND

Toda a orla – desde a Ponte Hercílio Luz até a Ponta do Coral, muro de 3,5 quilômetros – foi contemplada com um sistema que filtra a água dos canais de drenagem que desembocam na areia.

Embora as ações realizadas pela Secretaria de Infraestrutura em parceria com a Casan já tenham terminado, a prefeitura afirma que segue trabalhando para melhorar as condições da água na região.

Se Liga na Rede

Desde 2019, a fiscalização acontece por meio do projeto da prefeitura Se Liga Na Rede, grupo formado por fiscais e técnicos do município que verificam ligações de esgoto em diversas regiões da Ilhota.

De combinação com o grupo, a taxa de irregularidade de imóveis e estabelecimento na região da Orla-Mar Setentrião era em torno de 90% no início do programa. Em janeiro de 2021, com a expansão da superfície de atuação até a avenida Mauro Ramos, o número diminuiu para 74%.

Foram consideradas para a estudo a avenida Jorn Rubens de Arruda Ramos, na Orla-Mar Setentrião, e as ruas Frei Caneca, Bocaiúva e Almirante Lamego.

Dentre as irregularidades, a maioria tem relação com problemas em caixas de gordura e de passagem. Casos de esgoto na rede pluvial, considerados mais graves, são muro de 10% dos casos. O número considera toda a região medial da cidade.