Bares de Curitiba se unem para ajudar músicos a passar pela crise do coronavírus

Bares de Curitiba se unem para ajudar músicos a passar pela crise do coronavírus

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O que seria da gente nesse momento de isolamento social sem aquela música preferida? É inegável dizer que a coisa não está fácil para ninguém e os músicos também não escaparam da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. Em Curitiba, vários grupos têm se formado com um único interesse: ajudar os artistas que vivem de suas profissões e estão passando por dificuldades.

Na live que fez nesta semana, o músico Junior Lima, irmão de Sandy, alertou às pessoas que o problema tem interferido muito no segmento. “A nossa área de trabalho, que são os shows, talvez seja a última a voltar ao normal por causa da aglomeração. Essa área vai sentir muito, então precisamos ter o cuidado com essa galera que precisa da frequência de show para sobreviver, que são os músicos, os técnicos, todo mundo que está envolvido mesmo”.

Junior Lima destacou que não estava só pedindo ajuda. “Não é da boca pra fora, nós mesmos (ele e Sandy) já ajudamos. Existe uma organização que tem cuidado desse grupo de profissionais, que é o Backstage Invisível“, disse o músico, pedindo que as pessoas também ajudem.

Do maior ao menor, todos os artistas e quem também está por trás dos palcos sofrem com o momento. Em Curitiba, a forma de tentar diminuir o impacto negativo que a pandemia trouxe fez com que vários bares se unissem, até mesmo sem saber, criando uma verdadeira rede de solidariedade onde o objetivo é um só: ajudar os músicos.

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Bar Doce Lar tem bancado as lives dos músicos. Foto: Lucas Sarzi/RIC Record TV.

Bar bancando o cachê das bandas em lives para o público

No Bar Doce Lar, no bairro Seminário, que existe há mais de 10 anos, o proprietário resolveu transformar os shows que eram feitos por lá em lives e está pagando o cachê das bandas. “Está difícil pra gente, mas também está difícil para os músicos. Não temos como olhar só pra gente, então resolvemos trazer a música, que é o nosso fundamento. O único delivery que eu tenho é a música, então resolvi levar a música para a casa das pessoas”, disse Cleber Affanio.

A ideia é que a ajuda aos músicos passe adiante. “Fazendo uma live por semana não vai ter um alcance maior se ficar só na gente. Outros bares podem seguir para ajudar os músicos a passar por esse momento difícil. As bandas não vão ganhar o que ganhavam, mas conseguimos pelo menos passar por esse momento. Agora é a hora de pensarmos fora da caixinha e qualquer ideia boa abraçarmos. É pensar como sociedade para poder sair desse momento”.

O momento é difícil, mas são estas pequenas atitudes que se tornam grandiosas. Para o vocalista da banda Syd Vinícius, uma das mais tradicionais de Curitiba, todo mundo se renova. “É difícil pra todo mundo e tem gente com muito mais dificuldade que nós. É importante que não se saia por lazer, sem motivo, o mais importante é selecionar os trabalhadores essenciais”, disse ele, que comentou que foi diferente fazer um show sem público presente. “Já fizemos alguns shows bem vazios em nossa carreira, mas dessa forma, com a tecnologia é a primeira vez”.

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Sebas liberou o Facebook para lives de bandas. Foto: Reprodução/Google.

Facebook aberto para as lives das bandas

O Sebas Rock Bar, um dos bares mais badalados do bairro Boqueirão, sempre foi um espaço onde o proprietário estava acostumado com a casa cheia. Agora com as portas fechadas, Sebaldo, o proprietário, resolveu dar espaço aos músicos que tocariam por lá através das redes sociais do bar, onde as bandas fazem lives e o público pode realizar doações.

“Como nós temos uma página com 60 mil curtidas, pensamos num projeto que abriu espaço para os músicos. O objetivo é ver se conseguem arrecadar alguma coisa“, destacou Sebaldo. Até hoje, aproximadamente 30 músicos já participaram. “Tá sendo muito legal porque no palco eles cantam para o pessoal ver, mas ali, com a internet, conseguem interagir e conversar. A ideia também é que as outras casas sigam a mesma proposta”.

Em 25 anos trabalhando com música, o baixista da banda Acoustica Rock N Music nunca passou por um momento tão difícil como esse. Mas essa mesma dificuldade tem sido um impulso para seguir em frente. “A repercussão foi muito bacana. É diferente de estar no palco, mas foi muito legal, principalmente pela participação das pessoas”, comentou Guma Bass, que participou duas vezes já com lives no Facebook do Sebas. “Na primeira vez deu R$ 590 e na segunda mais R$ 400. Foi muito bom para mim“.

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Cross tem feito venda por drive thru e delivery. Foto: Lucas Sarzi/RIC Record TV.

Ação para ajudar mais de 100 músicos

No Crossroads, no Água Verde, um dos bares mais tradicionais de Curitiba, a tristeza de ver o palco vazio se transformou em motivo de força para pensar na solidariedade. Por lá, o proprietário procurou uma forma de ajudar o bar a se manter firme (consequentemente continuar com o quadro de funcionários) e também em como ajudar os músicos, que são a base do estilo do estabelecimento.

Para ajudar o bar, Alessandro Reis, o proprietário, adaptou um delivery e um drive thru para vender as bebidas. “Além disso também aderimos ao Brinde do Bem, uma ação em que o cliente compra um voucher com o valor que achar mais adequado para usar quando o bar reabrir. Com isso, a Heineken resolveu dobrar o valor comprado pelo cliente para repassar ao bar, numa forma de ajudar a gente a se manter“.

Já para ajudar os músicos, o Crossroads planejou duas ações, uma delas, o Come Together, rendeu um vídeo que foi gravado por 34 artistas, para pedir ajuda a 128 músicos, que estariam se apresentando nos meses de abril e maio. “Foi emocionante. A ideia é realmente ajudarmos os parceiros que estão com a gente nos bares. Os clientes podem contribuir com dinheiro e 100% do valor vai ser destinado aos músicos”, explicou Alessandro, destacando que as doações são feitas pelo site Abacashi.

Além disso, neste domingo (26), o Crossroads vai fazer uma live do tradicional festival, o Thunderstruck, que é realizado todos os anos no pátio do bar. A edição #FicaEmCasa do festival vai contar com doações do público, que também vai poder comprar bebidas pelo drive thru, direto no cross, ou pedir pelo delivery. “Vão ser três bandas, das 17h30 a meia-noite, e as pessoas vão poder doar pela internet mesmo”.

Para os músicos que estão sendo ajudados pelo Crossroads, o momento pede exatamente isso, união. “Além de toda essa ajuda e toda essa sensação de que estamos juntos sempre, o mais importante é tirarmos lições positivas disso tudo. Temos que aproveitar essas situações para que estejamos cada vez mais unidos, juntos para um bem maior que chegará“, comentou Zé Marques, baixista da banda Válvula Vapor.

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Fonte: Post Completo

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