Baía de Guanabara com águas cristalinas não é por causa da quarentena

Baía de Guanabara com águas cristalinas não é por causa da quarentena

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Baía de Guanabara vista do Museu do Amanhã. Foto: Daniele Bragança.

Circula nas redes sociais um vídeo da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, com águas límpidas e tartarugas nadando próximas à margem. As imagens, de autor ainda desconhecido, foram gravadas próximas do aeroporto Santos Dummont, um trecho famoso por apresentar águas turvas e poluição plástica. A melhoria na qualidade visível da água está sendo atribuída à quarentena por causa do coronavírus, mas especialistas ouvidos por ((o))oeco esclarecem que se trata de um fenômeno mais corriqueiro: a do ciclo da maré.

“Não tem nada a ver com a quarentena… Conforme publicamos em 1998, os ciclos de maré diários têm influência na qualidade das águas na baía. Estamos em ciclos de maré cheia, e a gravação certamente foi feita em um momento de maré alta e águas mais claras. Somente isso”, explica Rodolfo Paranhos, coordenador do Laboratório de Hidrobiologia da UFRJ, que há 20 anos acompanha a qualidade das águas da Baía.

O ciclo natural da mudança na maré e a ocorrência de duas ressacas no início de abril – que trouxe mais água limpa pra dentro da Baía – ajudaram a dar esse gostinho do que seria rotina caso a região metropolitana do Rio de Janeiro não depositasse mais da metade do esgoto in natura ali.

“Eu já observei isso dezenas de vezes, até na filmagem do (documentário) Baía Urbana, quando eu fiz as filmagens na Praça XV, quando filmei as arraias, foi logo depois daquela ressaca que derrubou a ciclovia (em 2016). Fui na praça XV e filmei embaixo das barcas. Então não muito a ver com a quarentena, na verdade, não tem nada a ver com a quarentena”, explica o biólogo e documentarista Ricardo Gomes, que por mais de 20 anos mergulha na Baía de Guanabara. “Se tem alguma coisa que a quarentena está fazendo pra Baía de Guanabara é o carioca acordar o quanto nós somos insignificantes em relação ao Meio Ambiente e quão importante é o oceano para a gente continuar sonhando em habitar esse planeta”, diz.

Sem a mudança na causa da poluição, a falta de saneamento, o respiro de ter água transparente e fauna marinha próxima do coração da cidade continuará episódico.

“Está todo mundo dentro de casa e o esgoto está indo da mesma maneira para Baía de Guanabara”, explica Gomes.

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Fonte: Post Completo

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