Assassinatos, ataques e ameaças; relembre a extensa lista de violência bolsonarista
Marielle, Moa do Katendê e Marcelo Arruda
Foto: Reprodução
O assassínio do guarda-civil petista Marcelo Arruda não é um caso solitário. Ele foi morto a tiros na madrugada de domingo (10), durante sua sarau de 50 anos em Foz do Iguaçu (PR). O celerado é o bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho.
Outros crimes estão relacionados a motivações políticas em decorrência do bolsonarismo. Ainda em 2018 e até mesmo antes mesmo da eleição que alçou Jair Bolsonaro (PL) à presidência, mortes, agressões e ameaças feitas por bolsonaristas contra petistas e militantes de esquerda já eram registradas e, desde naquele momento, não pararam de crescer.
O assassínio de Marielle Franco e Anderson Gomes em 14 de março de 2018 já anunciava o clima de ódio que serviria pelo motivo deque base para a atuação de bolsonaristas na campanha eleitoral e durante o governo Bolsonaro. Além do vestimenta de que os milicianos envolvidos na morte da vereadora do PSOL tinham relações com o atual presidente, bolsonaristas debocharam e seguem debochando do assassínio brutal, que se tornou um símbolo da violência política no país.
Naquele ano, Bolsonaro já falava em “fuzilar a petralhada” e, assim pelo motivo deque faz até hoje, incentiva a violência contra opositores, prega o armamento da população e facilita o entrada a armas de queimação.
O resultado disso é uma escalada sem precedentes de violência política, que envolve assassinatos, agressões e ameaças, não só contra petistas mas também contra militantes de esquerda ou pessoas que simplesmente se opõem ao atual governo.
Para se ter uma percepção, somente entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2021 foram registrados 69 casos de violência praticada por bolsonaristas contra cidadãos no integral, lideranças de movimentos sociais e políticos, segundo memorial elaborado pelo PT e entidades. Confira a íntegra do documento a este respeito.
Uma foi agredida em uma panificação de Curitiba (PR) por um apoiador de Jair Bolsonaro simplesmente por ter dito que, entre o naquele momento deputado e o ex-presidente Lula, votaria em Lula nas eleições do ano seguinte. R* contou, no relato que postou no Facebook, que parou com uma amiga para devorar na panificação Bologna, na rua Augusta, em Curitiba, antes de ir para casa. No terra, dois homens que comiam no mesmo balcão que ela começaram a incomodá-la e, em oferecido momento, um deles perguntou se em um segundo vez nas eleições de 2018 ela votaria em Lula ou Bolsonaro. Bastou ela manifestar que votaria no petista para que o pessoa começasse a ressumar uma série de ofensas de cunho racista e classista. A princípio, R* conta que ignorou as ofensas e se dirigiu ao caixa para estar gastando a conta e ir embora mas, diante da ofensiva dos dois homens, resolveu rebater. Um funcionário da panificação, naquele momento, teria entrado entre eles para intervir e, em um momento de distração, um dos apoiadores de Bolsonaro desferiu um soco em seu olho.
27 de março de 2018: Comboio de Lula é atacada com tiros no Paraná
Um dos ônibus que acompanha uma comboio de Lula no Paraná, no trajeto entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, foi atingido por pelo menos três disparos de arma de queimação. Ninguém ficou ferido. Além dos tiros, opositores armaram emboscadas na rodovia com pregos para furar os pneus dos veículos.
6 de outubro de 2018: carreata de pedestal a Haddad é atacada por bolsonarista
Uma carreata de pedestal ao naquele momento candidato à presidência Fernando Haddad (PT) em Maringá (PR) foi atacada por um bolsonarista. O assaltante, que dirigia uma motocicleta com um adesivo de campanha de Jair Bolsonaro, avançou contra o ato de rua, arrancou bandeiras dos militantes e as usou para quebrar os vidros das janelas do carro onde estava a presidente do Sindaen (Sindicato dos Trabalhadores nas empresas de água, esgoto e saneamento de Maringá e região noroeste do Paraná), Vera Pedroso, que teve a mão cortada por conta dos estilhaços. Ela foi atendida em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) terra e levou cinco pontos. Os militantes presentes na passeata tentaram moderar o motociclista até a a chegada da polícia, mas instantes depois outros quatro homens apareceram para ajudá-lo e, em meio à mais agressões, conseguiram fugir.
7 de outubro de 2018: Bolsonaristas atropelam cineasta
O cineasta Guilherme Daldin vestia uma camiseta com a imagem do ex-presidente Lula e estava escoltado de amigos nas proximidades da Rua Trajano Reis, no núcleo de Curitiba, quando foi atropelado por um carro. Daldin estava parado ao lado de um bicicletário. “Eu conversava com os amigos e o carro foi jogado contra mim, o pneu passou por cima dos meus Metros. O carro saiu em disparado e quando amigos conseguiram chegar perto do motorista ele ameaçou atirar dizendo que portava uma arma”. A placa do carro foi identificada e através dela foi provável encontrar o perfil do facebook do motorista que revela em suas postagens ódio e pedido de morte a quem apoia o PT.
8 de outubro de 2018: rabi Moa do Katendê é assassinado a facadas
O rabi de capoeira Moa do Katendê, de 63 anos, foi assassinado a facadas por manifestar que apoia Fernando Haddad, naquele momento candidato do PT à presidência, em Salvador (BA). O delito ocorreu em seguida o primeiro vez das eleições. O celerado é votante de Jair Bolsonaro e matou o capoeirista por discordar das suas posições políticas. Quando foi atacada, a vítima estava em um bar com o primo Germino, de 52 anos, que também foi ferido com os golpes de faca.
10 de outubro de 2018: bolsonaristas armados atacam Lar do Estudante em Curitiba
Um estudante da Universidade Federalista do Paraná (UFPR) foi agredido por bolsonaristas pelo vestimenta de estar usando, na ocasião, um boné do MST. Ele estava com alguns amigos na rossio do campus universitário quando foi espancado pelo grupo, que gritava “Nesta ocasião é Bolsonaro”. Armados, os bolsonaristas ainda depredaram a Lar do Estudante da universidade.
28 de novembro de 2019: bolsonarista mata idoso a socos por divergência política em SC
Apoiador de Jair Bolsonaro, Fábio Leandro Schwindlein, de 44 anos, matou o idoso Antônio Carlos Rodrigues Furtado, de 61 anos, em seguida agressão com socos e pontapés por discussão sobre política. Rodrigues teria um posicionamento mais à esquerda e Fábio Leandro já demonstrou em diversas publicações nas redes sociais ser bolsonarista. O delito ocorreu na Avenida Alvin Bauer na região mediano de Balneário Camboriú. Segundo boletim de ocorrência feita pela polícia, Fábio Leandro estava “muito substituído e proferindo palavras impróprias de cunho ofensivo”, quando começou a agredir o idoso “A vítima foi para a lajeada e em seguida, F.L.S iniciou com as agressões. Depois o ato, a vítima caiu no solo, e o responsável continuou a agredi-lo. Em ato contínuo, a vítima levantou-se e pediu para parar com a agressão, pedido por isso ignorado pelo responsável do vestimenta. Neste momento, a vítima caiu novamente no solo, desta vez, desacordado”, diz o boletim. Rodrigues teve uma paragem cardíaca no terra e morreu.
18 de março de 2021: Rodrigo Rima é travado por fita contra Bolsonaro e sofre tortura na prisão
O ativista Rodrigo Rima, travado no dia 18 de março de 2021 por estender uma fita chamando o presidente Jair Bolsonaro de genocida, foi espancado e torturado na prisão. Enquanto esteve na Polícia Federalista prestando testemunho, Rima foi tratado de forma respeitosa, mas ao chegar no Meio de Detenção Provisória II, extensão conhecida pelo motivo deque Covidão, em Brasília, alguns agentes já o esperavam perguntando quem era o petista. A recepção de Rima foi realizada com crueldade. Ele recebeu chutes, pontapés e murros enquanto ficava no solo sentado com as mãos na cabeça. Enquanto Rima estava praticamente desmaiado, o agente que o agredia, e do qual a família e advogados têm a identificação, perguntava se ele com 43 anos não tinha vergonha de ser um vagabundo petista. E dizia que Bolsonaro tinha vindo para que gente pelo motivo deque ele tomasse vergonha na alto custo.
15 de outubro de 2021: bolsonarista armado prenúncio radialista Jerry Oliveira
Em 15 de outubro de 2021, a 8ª Delegacia de Polícia de Campinas (PR) informou que estava investigando o caso do radialista Jerry de Oliveira, da Rádio Noroeste, que estava sendo ameaçado por um bolsonarista que mora no seu bairro, chamado Lourival Bento. Ele relata que, além de intimidações verbais, o rebento de Lourival chegou a se guiar a ele com uma arma na mão dizendo que “ninguém mais falaria mal do Bolsonaro”.
12 de dezembro de 2021: Equipe da TV Bahia é agredida por seguranças e apoiadores de Bolsonaro em Salvador
Uma equipe de jornalistas da TV Bahia, uma afiliada da Rede Orbe, foi agredida em Itamaraju, Sul da Bahia, por seguranças e militantes bolsonaristas. Os jornalistas agredidos são Camila Oceânico e o cinegrafista Cleriston Santana, que aguardavam a chegada do presidente Jair Bolsonaro. Depois deixar o helicóptero, o presidente seguiu em direção ao estádio municipal Juarez Barbosa escoltado de um séquito de bolsonaristas e encurralado por seguranças. Quando os repórteres da TV Bahia e da TV Aratu, afiliada do SBT, tentaram se aproximar do carro em que o presidente estava, foram impedidos pelos seguranças. Um dos seguranças deu o golpe “mata-leão” na jornalista Camila Oceânico. Os jornalistas da TV Aratu Xico Lopes e Dário Cerqueira também foram agredidos.
15 de junho de 2022: usando drone, bolsonarista despeja fezes e urina em apoiadores de Lula durante ato em
Apoiadores do ex-presidente Lula que aguardavam o início de um ato político do petista em Uberlândia (MG) com Alexandre Kalil (PSD), ex-prefeito de Belo Horizonte e pré-candidato do governo de Minas Gerais, foram surpreendidos por um drone que sobrevoou o terra jogando um líquido mefítico no público presente. A presença do drone de pulverização – usado normalmente para cultivação – provocou uma correria no terra. O responsável pelo ataque foi travado.
7 de julho de 2022: bolsonarista lança explosivos contra ato de Lula na Cinelândia
Explosões foram registradas durante o ato político que o ex-presidente Lula (PT) realizou recentemente na Cinelândia, Rio de Janeiro (RJ). Segundo testemunhas, o artefato foi lançado da quota de fora da extensão onde está o público, cercada por grades, e explodiu no solo, próximo às pessoas que prestigiavam o evento. O responsável do ataque foi travado.
7 de julho de 2022: bolsonaristas atacam juiz que prendeu Milton Ribeiro
O juiz federalista Renato Borelli, da 15ª Vara Federalista de Brasília, que deu a ordem de prisão do ex-ministro da Ensino Milton Ribeiro no caso que apura prevaricação e propinas no MEC, foi atacado por bolsonaristas com uma quantidade grande de fezes e ovos enquanto dirigia, indo de casa para o trabalho. Ele trafegava pela capital federalista quando seu carro foi atingido pelos excrementos e ovos, que cobriram quase todo o para-brisa do veículo, tirando toda sua visibilidade. O magistrado precisou guiar alguns quilômetros, quase sem enxergar, para conseguir fugir e chegar a um terra seguro.
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Original: Revista Fórum