Acampamento do MST doa 14 toneladas de alimentos para ocupações de Curitiba
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Feijão, arroz, mandioca, mel, pães caseiros e mais uma dezena de variedades de grãos, frutas e legumes compuseram as 14 toneladas de alimentos doados pelo acampamento Maila Sabrina, de Ortigueira (PR), para quatro ocupações da Cidade Industrial de Curitiba (CIC).
A distribuição ocorreu na manhã deste sábado (11), véspera da Páscoa, para moradores das comunidades 29 de Março, Tiradentes, Dona Cida e Nova Primavera. A iniciativa integra as ações de solidariedade do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em todo o Brasil, como forma de ajudar a popular urbana que já sofre os efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus.
A comunidade rural Maila Sabrina existe desde 2003 e é formada por cerca de 370 famílias de agricultores e agricultoras que cultivam alimentos para consumo próprio e para comercialização. Além de alimentos, a comunidade enviou 300 máscaras de tecido produzidas por costureiras que moram no local.
Roberto Baggio, da coordenação estadual do MST, relaciona a realidade das famílias moradoras de ocupações urbanas e rurais, que enfrentam dificuldades semelhantes. “Estamos aqui numa grande área ocupada que tem os mesmos problemas dos camponeses, sem moradia garantida, sem infraestrutura, sem água, sem casa. O que revela que os problemas do povo brasileiro são parecidos em todos os locais”.
Para Baggio, o desafio após a crise do coronavírus é construir uma sociedade humanamente melhor, mais justa e igualitária, a partir da ação da própria população. “Nós não podemos esperar do governo, porque nós não temos um governo comprometido que nos ajuda. Também não podemos esperar dos ricos, que são gananciosos e só pensam em si mesmos. Mais do que nunca, vamos precisar pensar de nós mesmos, um ajudando o outro, cooperando com o outro para formar essa grande união e solidariedade”.
No Paraná, 7 mil famílias vivem em 70 acampamentos do MST e cerca de 25 deles enfrentam o risco do despejo. O estado tem 24 mil famílias assentadas, que moram em 369 assentamentos da reforma agrária.
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Fonte: Post Completo